segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Culinária Cearense


A cozinha cearense tem sabores tropicais e exóticos, com temperos peculiares, agradam aos mais exigentes paladares. Em geral, seus pratos refletem traços marcantes da cultura popular e da influência deixada pelos colonizadores. Os frutos do mar são o carro-chefe da nossa culinária, sendo encontrados com variedade em toda a extensão do litoral cearense. Caranguejos, siris, camarões, e ostras compõem o cardápio dos restaurantes, que os servem de formas diferentes e apetitosas.

Um dos pratos mais tradicionais é a peixada ao molho com legumes, acompanhada de porção de farinha, enquanto a lagosta é o mais requintado e preferido pelos visitantes. Nem só de mar vive a culinária cearense. Do sertão, vem a carne de sol com paçoca e macaxeira, o popular baião-de-dois, o feijão verde, além de comidas com forte tempero como sarrabulho, a carneirada e a panelada. Da cana-de-açúcar se faz a famosa cachaça, bebida que ganhou fronteiras. Não se pode esquecer dos deliciosos doces e bolos das festas juninas, nem deixar de provar os saborosos sucos e sorvetes feitos com frutas tropicais.

A culinária cearense tem influência direta dos costumes alimentares dos primitivos índios que habitavam o Estado, enquanto outros pratos são originários dos colonizadores europeus. A influência negra, que foi muito forte na região Nordeste, principalmente no ciclo da cana-de-açúcar, também deixou marcas na cozinha cearense. Toda essa mistura de raças é responsável por uma herança gastronômica que até hoje pode ser observada no hábito alimentar da população cearense.

Carne de Sol ao Forno

Ingredientes:

1k carne de sol, 1 litro de leite, Pimenta (opcional), Alho, Óleo, Manteiga, (Sugestão: Usando a manteiga da terra fica mais saboroso)

Modo de preparo:

Ponha a carne de sol de molho de um dia para o outro. Escorra, tempere com pimenta (opcional), alho e deixe mergulhada no leite pelo menos por 1 1/2 horas. Unte uma forma com óleo, pincele a carne com manteiga e leve ao forno para assar, regando de vez em quando com o leite.

Bom apetite!

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Vinho de umbu é alternativa para produtores do Semiárido

Fruto é vendido muito barato e é muito perecível.

Um novo produto vai agregar mais valor à produção nacional de umbu: o vinho. A fruta é encontrada principalmente no Semiárido da Bahia. "Cerca de 90% estão na região da Bahia”, disse o engenheiro de alimentos Breno de Paulo, que está desenvolvendo a pesquisa na Universidade Federal da Bahia (Ufba), com apoio da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Agroindústria de Alimentos.

Atualmente, grande parte do umbu é comercializada in natura ou como polpa, com pequena parcela destinada à fabricação de doces e geléias. “O objetivo da nossa pesquisa é dar mais opção de agregação de valor ao fruto, disponibilizando essa tecnologia para o produtor." O pesquisador acredita que os pequenos agricultores familiares, que subsistem do extrativismo, teriam muito a ganhar com o novo produto, reunidos em associações e cooperativas.

Na região semiárida brasileira já existe a Cooperativa Agropecuária Familiar de Canudos, Uauá e Curaçá (Coopercuc), em Uauá (BA), que reúne cerca de 140 produtores e comercializa produtos da Caatinga inclusive para o exterior, liderados pelo umbu. O vinho fermentado da fruta seria mais uma opção para comercialização na região.

Todos os testes com o produto já foram realizados na unidade do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), em Vassouras (RJ). Para melhorar ainda mais o vinho, Breno de Paulo disse que são necessários apenas ajustes finos. “O produto em si já está desenvolvido”, disse.

A técnica de fabricação do vinho de umbu não é muito diferente da produção do vinho convencional. “A única coisa que difere um pouco é o tratamento final, que é a microfiltração, para deixar o vinho mais límpido e eliminar um pouco a turbidez."

Essa alternativa agroindustrial à produção do umbu pode representar ganhos para os pequenos produtores rurais. As famílias recebem entre R$ 5,00 e R$ 10,00, em média, por saca de 60 quilos de umbu in natura. “Seria uma boa [alternativa], desde que eles se organizassem em cooperativas e conseguissem montar a estrutura necessária para isso”, destacou o engenheiro.

Segundo ele, com apenas 1 quilo de umbu dá para fabricar 3 ou 4 litros do vinho, que pode ser vendido ao preço médio de R$ 8,00 a R$ 10,00 a garrafa. “Então, com 1 quilo de umbu o rendimento seria de R$ 30,00 a R$ 40,00. Para ter esse rendimento vendendo o fruto, teria que vender 8 sacas de 60 quilos. A lucratividade é bem maior."

Apenas 1% do umbu produzido na Bahia é comercializado ou industrializado, disse o engenheiro. Os restantes 99% se perdem. “Tem um potencial para crescer industrialmente muito grande. Falta investimento."

A pesquisadora da Embrapa Agroindústria de Alimentos, Virginia Matta, destacou a importância da pesquisa para a região do semiárido baiano. “Qualquer novo produto que agregue valor ao umbu e seja de fácil conservação é muito importante para a região. Porque o fruto é vendido muito barato e é muito perecível."

Para ela, é sempre positiva a descoberta de novas alternativas de produtos que ofereçam conservação mais adequada e mais tempo para comercializar. Além disso, quanto mais os pequenos produtores trabalharem em comunidades para a agroindustrialização “é melhor para eles”.

O vinho de umbu oferece um bom rendimento em termos de produto final, o que faz com que o processo seja viável do ponto de vista econômico, além do técnico.

Com a finalização da pesquisa, o próximo passo será a elaboração de estudos mais detalhados sobre a viabilidade econômica do novo produto, para dimensionar o retorno do investimento a ser feito. A parceria da Ufba com o Senai, a Embrapa Agroindústria de Alimentos e as cooperativas locais também deverá ser reforçada, com o objetivo de desenvolver novos produtos a partir do umbu.

Texto publicado no site da Agência Brasil em  http://agenciabrasil.ebc.com.br/

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Festival movimentará a Culinária do Nordeste

De 27 a 30 de abril de 2011, terá inicio a quinta edição do Nordeste Culinária em São Luis do Maranhão. Um encontro anual de forma itinerante onde a arte culinária é disseminada através de aulas/show, técnicas, palestras, degustações e muitas outras atrações. 

O Nordeste Culinária conquistou mercado, hoje impera na valorização da cozinha brasileira, com seu estilo impar, tem uma jornada itinerante a cumprir, reunindo os amantes da culinária a cada ano. Imensurável é o enfoque que o evento dá valorizando os culinaristas e cozinheiros membros indispensáveis deste segmento. Visto como trabalho de responsabilidade social que promove novos empreendimentos e dá um ponta pé na iniciação de carreiras profissionais de cozinhas por todo o Brasil; os participantes se capacitam e se  qualificam.

O Nordeste Culinária abre horizontes, leva aos participantes conhecimento, aflora a criatividade, nele ensinamos e aprendemos. Ele nos faz acreditar que tudo é possível com empenho. É um encontro de idéias cheias de vida e de futuro.

Projeto realizado pela primeira vez em 2007 pelos amigos Simone Muniz (Culinarista e técnica em nutrição), Wanderson Medeiros (Administrador e chef de cozinha) e Andréia Paiva (Turismóloga e pesquisadora), a ousadia, criatividade e determinação foram os temperos usados nesta receita, que agora itinerante segue agregando mãos num trabalho simples e emocionante.

Você que curte a Gastronomia Nordestina, não pode ficar fora deste encontro.
Mais informações entre no site www.nordesteculinaria.com.br

Aurenir Luz: A Nova Cara do Sertão

A mais nova cara do sertão traz o olhar poético de quem nasceu no semiárido, cresceu cercada de estórias e personagens da cultura de sua gente, e após alçar vôos por outras margens decidiu trabalhar com juventude rural.

“Meu sertão enverdecido
Pelas chuvas de abril.
Tua cor esperançosa
Enche-nos de alegrias mil.”

Trecho da poesia Sertão, autora Aurenir Sales Luz

Escrevendo, é assim que Aurenir eterniza as influências que recebeu desde a sua infância, nos movimentos comunitários que participou e no contato direto com sua terra.  Aurenir nasceu na localidade rural de Boa Esperança, Paramoti, CE - filha dos agricultores Aureliano Luz e Aurea Sales, tem apenas uma irmã mais velha, Elenilza. Na infância, a família mudava-se constantemente de lugar, isso por que nos períodos de estiagem, o pai de Aurenir deixava a agricultura e passava a ser vaqueiro de fazendas de gado para que as filhas tivessem leite para se alimentar(...)  Assim começa a história da jovem que saiu do campo para estudar na capital mas que não perdeu o vínculo com o seu lugar de  origem. Graduada em Marketing, autora de um livro de poesias e de crônicas publicadas em seu blog, a jovem ainda encontra tempo para coordenar uma ONG no município onde nasceu e, atualmente, Aurenir é gerente de projetos de jovens da Adel.


Confira a história de Aurenir Luz, em breve, no site da campanha http://www.adel.org.br/novacara.html

Itarema: uma riqueza litorânea


Sabores, belezas, cenários que mais parecem uma pintura

                           Foto: Arquivo da Tv Verdes Mares
Você já teve oportunidade de ir a Itarema, no litoral Oeste do Ceará? Se não, não sabe o que está perdendo. Rio, mar, pratos saborosos e a tranquilidade formam um cenário inesquecível.

Em vez de banco nas praças, redes estendidas na sombra das árvores. Por lá, uma tradição que denota a tranqüilidade do lugar.

No porto, as embarcações reforçam a economia de Itarema. O mesmo mar que gera emprego e renda através da pesca, é também uma riqueza para o turismo.

Para chegar até os ventos fortes é preciso seguir viagem de barco. São alguns quilômetros apreciando a generosidade da natureza.

No manguezal é possível ver os siris. É de lá também, que as marisqueiras tiram o sustento da família. Elas catam búzios e vendem para os restaurantes.

Onde o vento dá vida às pipas gigantes o mar não tem ondas, as pranchas deslizam e o céu confirma o potencial para a prática de kitesurf.

No nosso roteiro tem opção também para quem quer apenas descansar. Desembarcamos em um banco de areia. É praticamente uma ilha deserta. Praia, sol, areia, um pouco de sombra. Só é preciso mesmo, trazer os mantimentos para passar o dia neste belo cenário da natureza.

Para encerrar a viagem, que tal degustar uma das delícias regionais? Moqueca de lagosta ou peixe ao camarão.

Sabores, belezas, cenários que mais parecem uma pintura. Riquezas de Itarema, no litoral Oeste do Ceará.

Texto publicado no site da TV Verdes Mares em http://tvverdesmares.com.br/cetv1aedicao/itarema-uma-riqueza-litoranea/

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Paramoti é logo ali!

                               Foto: Aurenir Luz
Nem precisei ir muito longe para descobrir nossas riquezas. Fui bem aqui do lado, em Paramoti. Olha como é pertinho: pouco mais e cem quilômetros da capital! Na estrada, o que me chamou mais atenção foi a mudança na paisagem. Em dois mil e dez fiquei comovido com a dificuldade das famílias que enfrentaram corajosamente a seca. Imagens que não saem da minha mente até hoje. Animais mortos… reservatórios secos… ansiedade a espera do socorro dos carros pipa… Na minha primeira viagem do ano, fiquei um pouco mais aliviado quando me deparei com uma vegetação verdinha… com um inverno dando indícios que promete mais tranqüilidade… com mulheres lavando roupa com água a poucos metros de casa!! 

Já em Paramoti, a curiosidade jornalística bateu bem forte! E o primeiro questionamento foi: que nome é esse? Logo descobri que significa rio seco. Não poderia ter denominação melhor. Parei no Rio Canindé. Fiquei dentro dele…. Claro, estava seco! As águas só passam por lá a partir de fevereiro e se despedem em maio. O meu tour pela cidade que só tem duas ruas asfaltadas estava apenas no começo. Não poderia deixar de contar a história que deu a Paramoti o título de cidade da paz. Depois de um assassinato, justamente no dia que o cometa hartley, a sede do município passou quase noventa anos sem nenhum registro de crime de morte. Superstição… religiosidade?? Não vou falar mais nada. Assistam ao programa.

Outra experiência bacana foi dentro do apiário. Pude viver um pouco a rotina de quem tira o sustento da produção de mel. Vesti aquela roupinha branca… o capuz…. e, me sentindo parecido com um astronauta, segui até onde estavam as “dóceis” abelhas. Tem uma técnica que garante certa segurança no manejo das colméias. Não satisfeito, comecei uma busca incansável pela rainha. A soberana superprotegida pelas operárias. É tão difícil como procurar agulha no palheiro. 

Foto: Aurenir Luz
Deu para perceber que Paramoti está cheia de histórias curiosas!! E valeu a pena o trabalho e três dias. Conheci um povo hospitaleiro… atencioso… sempre pronto para ajudar! Nosso guia facilitou demais a vida da equipe. Foi um troca de experiência muito interessante. O Alternam é estudante de jornalismo e me passou com muita facilidade informações interessantes para deixar o programa mais rico. E de quebra, olha que ele também não parou um minuto, pode acompanhar o trabalho gostoso do jornalismo!!!

Então, não esqueçam… No sábado, 5 de fevereiro, encontro marcado em PARAMOTI!! Bem aqui do lado!!!

Texto publicado no site Riquezas do Ceara em http://www.tvcidadefortaleza.com.br/blogs/riquezasdoceara/?p=188

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Você sabe o que é Sertão, Semiárido e Caatinga?

                                                                                                      Foto: Aurenir Luz

Muito já se escreveu sobre o sertão. Na literatura temos clássicos como "Os Sertões" de Euclides da Cunha e toda a obra de Guimarães Rosa (sertanista das bandas de Minas Gerais). Também são muitos os estudos sobre clima, sobre o desenvolvimento e política que falam do nosso sertão. Vamos apresentar algumas dessas abordagens. Para começar reproduzimos a seguir uma síntese que explica algumas diferenças entre sertão, caatinga e semiárido, publicada no site da Rede Sabor Natural do Sertão http://www.dosertao.com.br

Sertão, Semiárido e Caatinga

Chama-se sertão, a região semiárida do nordeste brasileiro caracterizada pelo clima seco e quente e escassez de chuva.

Contudo, a natureza já demonstrou que é possível viver bem nessa região, desde que se estabeleça uma relação harmoniosa e práticas adaptadas a esse ecossistema.

A caatinga é a vegetação nativa típica. Aprendendo com a natureza e respeitando seus recursos naturais é possível viver e conviver com o semiárido. No sertão, milhares de famílias vivem do trabalho na agricultura e na pecuária cultivando sua cultura e suas tradições em harmonia com o meio ambiente.

            Foto: Aurenir Luz
Caatinga do Tupi-Guarani: caa (mata) + tinga (branca) = mata branca, é o único bioma exclusivamente brasileiro, o que significa que grande parte do seu patrimônio biológico não pode ser encontrado em nenhum outro lugar do planeta. A caatinga ocupa uma área de cerca de 734.478 km², cerca de 11% do território nacional englobando de forma contínua parte dos estados do Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e parte do Norte de Minas Gerais (Sudeste do Brasil).

Apresenta vegetação típica de regiões semi-áridas com perda de folhagem pela vegetação durante a estação seca. Anteriormente acreditava-se que a caatinga seria o resultado da degradação de formações vegetais mais exuberantes, como a Mata Atlântica ou a Floresta Amazônica. Essa crença sempre levou à falsa idéia de que o bioma seria homogêneo, com biota pobre em espécies e em endemismos, estando pouco alterada ou ameaçada, desde o início da colonização do Brasil, tratamento este que tem permitido a degradação do meio ambiente e a extinção em âmbito local de várias espécies, principalmente de grandes mamíferos, cujo registro em muitos casos restringe-se atualmente à associação com a denominação das localidades onde existiram. Entretanto, estudos e compilações de dados mais recentes apontam a caatinga como rica em biodiversidade e endemismos, e bastante heterogênea.

Muitas áreas que eram consideradas como primárias são, na verdade, o produto de interação entre o homem nordestino e o seu ambiente, fruto de uma exploração que se estende desde o século XVI.

A vegetação da caatinga é adaptada às condições de aridez (xerófila).

Quanto à flora, foram registradas até o momento cerca de 1000 espécies, estimando-se que haja um total de 2000 a 3000 plantas. Com relação à fauna, esta é depauperada, com baixas densidades de indivíduos e poucas espécies endêmicas. Apesar da pequena densidade e do pouco endemismo, já foram identificadas 17 espécies de anfíbios, 44 de répteis, 695 de aves e 120 de mamíferos, num total de 876 espécies de animais vertebrados, pouco se conhecendo em relação aos invertebrados. Descrições de novas espécies vêm sendo registradas, indicando um conhecimento botânico e zoológico bastante precário deste ecossistema, que segundo os pesquisadores é considerado o menos conhecido e estudado dos ecossistemas brasileiros.

Além da importância biológica, a caatinga apresenta um potencial econômico ainda pouco valorizado. Em termos forrageiros, apresenta espécies como o pau-ferro, a catingueira verdadeira, a catingueira rasteira, a canafístula, o mororó e o juazeiro que poderiam ser utilizadas como opção alimentar para caprinos, ovinos, bovinos e muares. Entre as de potencialidade frutífera, destacam-se o umbu, o araticum, o jatobá, o murici e o licuri e, entre as espécies medicinais, encontram-se a aroeira, a braúna, o quatro-patacas, o pinhão, o velame, o marmeleiro, o angico, o sabiá, o jericó, entre outras.